quinta-feira, março 06, 2008

Privacidade Forçada


Ednei tinha seus vinte e poucos anos. Morava com os pais. Filho único. Estava naquelas fases de querer ter sua liberdade, seu espaço. A mãe, não preocupava muito com isso.

No início, Ednei fazia xixi com a porta aberta. Poxa, estava na sua casa. As vezes vinha a mãe para lhe falar alguma coisa e criava aquela situação no meio do serviço do rapaz. As vezes ele desconcentrava e errava o vaso.

Aquilo lhe incomodava. Passou e encostar a porta. Lá vinha a mãe com recados que estava saindo para o supermercado, que estava indo pro salão e lá se ia a concentração do Ednei.

Estava perdendo a paciência. Fechava a porta do banheiro até quando ia só lavar a mão. Queria seu espaço. Queria sua privacidade. Da última vez, ela abriu a porta para avisar à Ednei que estava indo na garagem pegar seus óculos que esquecera dentro do carro. Pegou o rapaz sentado no vaso, descarregando a feijoada que comera no almoço.

Era sexta a noite e lá estava Ednei no banheiro. Trancou a porta. Logo veio a tentativa de abrir a porta e depois as batidas.

_"Filho... filho."

Era a mãe novamente. Um acesso de fúria tomou conta de Ednei. Segurava o grito de raiva com um gemido abafado enquanto tampava os ouvidos com a mão. Não podia acreditar nessa situação.

Correu para a porta, arrancou a chave da fechadura e arremessou com oda força pela janela do banheiro. Agachou-se no chão e tremia de raiva. As batidas não voltaram e o silêncio reinou do lado de fora.

Ednei passou o fim de semana trancado no banheiro. Só no domingo a noite, quando seus pais chegaram do sítio e conseguiram achar um chaveiro é que Ednei saiu de lá. Faminto e fraco. Teve sua privacidade. A porta nunca mais foi fechada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Namorado, teste de iphone. :)

Eu disse...

Vai ser chique hein Namorada... :)