Para inaugurar este novo blog, nada como uma sessão total de nostalgia. O texto abaixo, foi o primeiro texto meu, escrito lá por Fevereiro de 2002 e inaugurou minha vida de escritor de contos baratos e com finais previsíveis. :) (mas que me diverte mesmo assim)
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Ele passava seus dias dentro daquela sala....de frente àquela máquina....divagando sobre as possibilidades que a vida lhe apresentava.
As vezes era interrompido por lapsos de realidade que o faziam se concentrar novamente nas suas obrigações.
A visão para o mundo exterior libertava ainda mais sua mente que aos poucos tentava entender o significado daquilo tudo. Ninguém entendia.
Os telhados marrons sob seu olhar, anunciavam que ali embaixo, a vida ainda existia e que sua evolução havia chegado à limites pouco aceitáveis.
Os grandes predios à sua frente, mais pareciam grandes estacas que empalavam seres subterrâneos e mantinham a cidade a salva dos perigos inexistentes.
As pessoas, como escravas caminham de um lado para outro, trombando umas nas outras, com pressa, para chegar ao seu destino incompreensível que aguarda a todos nós no fim do dia. Outras, esperam anciosamente na janela a volta do mundo se completar, para irem para suas camas para que amanhã possam voltar para a janela esperar mais um dia se passar!
E assim, sem nem diminuir ou aumentar seu rítmo, o ponteiro do relógio completa suas voltas, alheio ao fato de que muitos o observam com carinho e apreensão, enquanto outros, nem mesmo sabem da sua existência.