segunda-feira, outubro 18, 2010

Tropeços



Não haveria problemas em jogar aquela partida de futebol com os novos amigos. Não estava vestido adequadamente mas uma partida não faria mal a ninguém. Por sorte, Cristian foi escolhido para o time sem camisa. Ficou mais a vontade pois o medo de sujar sua camisa nova em pleno churrasco de aniversário da cunhada não lhe agradava muito. Era a primeira vez que conhecia a família de Suzana, sua nova namorada.




O campo parecia bom e como estava de sapato, tirou os mesmos de deixou-os debaixo da cadeira da sogra. Não podia deixar escapar aquela chance de se enturmar com os primos e familiares da sua namorada. A partida tem início e logo de cara Cristian escorrega na grama úmida. Na próxima tentativa, a bola vindo em sua direção parecia perfeita para o chute ao gol. Mas foi aí que algo deu errado. 


O pé vai em direção ao chão. Acerta a bola de leve. O pé entra no gramado com velocidade e algum pedaço maior de grama vai parar no meio da unha do dedão direito. Pareceu um choque. Um pedaço de mato ia até o meio da unha, fazendo-a estufar naquele local. A medida que a dor ia aumentando, Cristian tentava tirar o pedaço de grama. O sangue começava a minar entre a unha e o dedo, preenchendo-o de um vermelho escuro. A cada pequeno puxão que ele dava, a unha despregava um pouco do dedo e o sangue saía pelas beiradas.


Não agüentando mais de dor, a solução encontrada foi um puxão forte para cima. A grama saiu, mas junto com ela, a unha do dedão também se soltou com um estalo indo cair ao lado da bola. Todos em volta viraram os rostos com agonia. O sangue descia rápido. A camisa nova foi usada para estancar o sangue. A dor era intensa. Foi levado para o hospital pálido como um cadáver. O sapato ficou debaixo da cadeira.

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