quarta-feira, setembro 12, 2007

O Terno

Abriu os olhos lentamente naquela manhã. Olhou para o teto e respirou bem fundo. Com uma virada brusca alcançou o celular na beirada da cama e olhou as horas.

7:50h.

_"Putz!! Fudeu!" - pensou enquanto pulava da cama com maestria e agilidade.

Olhou para a janela e sem pensar duas vezes, abriu-a. O céu azul e forte luz do sol fizeram com que ele fechasse os olhos por alguns segundos. Mas sem perder tempo, já tateou a cadeira da escrivaninha e apoiando-se no monitor, subiu na beirada da janela.

Os carros passavam e o cachorro do vizinho não parava de latir. Era assim toda manhã. Pulou!

Antes de começar a cair do sétimo andar, já ganhou altura e com uma curva para a esquerda, voou rumo a empresa. Desviou-se de um predio mais alto no caminho e logo em seguida começou a tirar o pijama. O terno do trabalho estava perfeitamente passado por debaixo. O único problema de trocar de roupa voando era que tinha que jogar o pijama lá embaixo, porque não tinha onde guardá-lo.

Chegou na empresa faltando 1 minuto para as 8:00h e estava sentado na sala de reunião no horário combinado. O chefe odiava atrasos.

Lentamente, abriu os olhos, olhou para o teto e respirou bem fundo. Tinha algumas imagens de um sonho maluco em sua cabeça. Olhou as horas no celular. 7:50h.

_"Putz!! Fudeu!" - pensou enquanto pulava da cama com maestria e agilidade.

Foi em direção a janela, abriu-a, subiu no parapeito e pulou.

Só teve tempo de ver que não tinha nada debaixo do seu pijama. A reunião daquele dia foi cancelada e os amigos foram prestar as últimas homenagens.

Foi enterrado de terno.

Nenhum comentário: