quinta-feira, dezembro 27, 2007

Santa Claus - Vida e Obra


Este texto foi originalmente escrito para ser publicado no especial de natal do LivinRooom. Como a Lívia já publicou o texto por lá, resolvi trazer ele pra cá, para dar um clima natalino, mesmo que atrasado.


O fato é que Sr. Noel ia morrer. De uma forma ou de outra isto iria acabar acontecendo. Vinha descrente com a vida há muito tempo. Nem os cadastros em sites de relacionamento fizeram com que ele arrumasse alguém para dividir seus raros momentos de felicidade. A depressão estava acabando com sua vida e só conseguia um pouco de divertimento à noite, quando acessava uma sala de bate-papo com o singelo nick de Mon-Biju.

Chamado por todos de Papai Noel, este senhor de idade avançada não possuia herdeiros e nem um substituto formal. Vivia sempre rodeado de gnomos insuportáveis e ainda tinha que criar as únicas renas voadoras do mundo.

Nunca teve um aumento de salário e o sonho de trocar seu trenó, ano 83, sempre ficava para o ano seguinte. A rotina daquela vida ordinária estava causando belos estragos na cabeça daquele bom velinho. Um pouco senil, Sr. Claus Noel estava de saco cheio dessa história de imortalidade. Não queria acreditar que passaria a eternidade isolado do mundo, recebendo cartas de crianças desesperadas por brinquedos e tendo que fazer uma volta relâmpago pelo mundo uma vez por ano. Se a idade não resolvia seu problema, ele mesmo o faria.

Véspera de natal. Acordou antes do dia nascer. Andou com dificuldade até o galpão onde dormiam os gnomos e despejou no ar-condicionado uma boa quantidade de veneno. Se tudo desse certo, estas pobres criaturas não iriam nem acordar. Atravessou um campo de neve e abriu a porteira do currral das renas. Facão em punho. Um golpe forte no pescoço de cada uma foi sucifiente. Algumas ainda tentaram voar, mas a chuva de sangue que criaram sobre a neve branca antes de cairem sem vida, só serviu para arrancar um leve sorriso de Sr. Noel.

Sentou-se em seu trenó após jogar gasolina ao redor e sobre seu corpo. Algemou ambas as mãos na barra de ferro do trenó e deixou a chave cair no gelo. Teve um pouco de dificuldade para acender um fósforo ali ao vento, mas conseguiu.

As chamas subiram alto, mas não havia ninguém ao redor para ver. Sobre a mesa, o bilhete escrito ESTE ANO NÃO TEM BRINQUEDO, ficou esquecido.

4 comentários:

Anônimo disse...

Fui eu que gritei CARNAVAL!!!!!

e o Carná serviu champagne

Eu disse...

Setti seu mala... vc é o culpado então....
Poxa.. e eu nem fui aí te servir uma tacinha hein.... foi mal!!! :)

Anônimo disse...

Muito bom o texto, apesar da matança sem fim.

Eu disse...

É pq o bom velinho tava cansado desta vida!! :)