Romaria é uma cidadela no interior de Minas Gerais que é muito famosa nesta época do ano pela grande peregrinação de pessoas que vão para a cidade agraciar e agradecer a estátua de Nossa Senhora da Abadia.
A cidade, nos primórdios da vida na Terra, era chamada de Água Suja. Me admira muito um lugar com esse nome ter prosperado. Ela foi inicialmente criada em 1857 durante a Guerra do Paraguai, quando foram encontrados alguns diamantes no local.
Não faço a mínima idéia o que a Guerra do Paraguai tem a ver com isto, mas vamos em frente.
Nesta época, uma igreja foi criada e foi levada para lá, uma imagem da Nossa Senhora da Abadia, trazida de Portugal. Aquilo foi uma festança danada. Várias pessoas da região iam até Água Suja para ver a imagem da Santa. Como nesta época, as estradas eram muito esburacadas e o caos aéreo tomava conta do Brasil, as pessoas preferiam ir à pé até lá.
No ano de 1926, já eram 50 mil transeuntes indo prestar homenagem à estátua da Abadia. Com este enorme crescimento populacional, a construção civil de hotéis, cassinos e resorts disparou, um santuário para a estátua começou a ser feito.
Não satisfeitos de serem chamados de transeuntes, ou simplesmente de povo, as pessoas que iam até Água Suja reinvidicaram seus direitos e por alguma lei já perdida e esquecida nas gavetas da Prefeitura, passaram a ser referidos como Romeiros. Com a chegada da água potável no município, a cidade também teve que mudar de nome e passou a chamar-se Romaria.
Hoje em dia, milhares de Romeiros andam pra caralho vários quilômetros para poder ver a imagem da Abadia e poder tocar as fitinhas que ficam penduras de seu pé.
As filas são gigantescas, a escadaria pra chegar dentro da igreja é quase infinita e ainda tem gente que faz todo este percurso de joelhos. É a chamada fé.
Neste ano de 2009, a festa de Romaria tem tudo pra ser um dos maiores distribuidores de vírus da gripe da suína do interior de Minas. É a fé, movendo montanhas, criando cidades e por que não, espalhando vírus.
Viva Nossa Senhora da Abadia.
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