quarta-feira, julho 26, 2006

O BEM CONTRA O MAL



Orlando vinha subindo naquela rua, no final da tarde de sábado. Era uma rua calma, apesar do ponto onde estava chegando. A rua era estreita e pequenos matos cresciam entre os paralelepípedos. As luzes amareladas dos postes misturavam-se com o sol se pondo e criavam um ambiete seco para aquele final de tarde.

Orlando subia lentamente a rua enquanto cantarolava uma cantiga da sua igreja. Bíblia debaixo do braço. E foi justamente ao chegar em frente àquela bonita construção de pedra, a casa do Senhor, que Orlando teve uma grande surpresa. Extamente em frente à sua igreja, seu templo sagrado, uma casa com luzes vermelhas e mulheres insinuantes na porta. Um prostíbulo.

Aquela visão era demais para aquele devoto do Senhor. Uma casa de pecados justamente em frente ao seu templo de salvação. Só podia ser coisa do diabo. Ficou parado alguns segundos no meio da rua, olhando de uma lado para outro, tentando entender como aquilo poderia estar acontecendo. Ouviu um "psiu" e olhou assustado. Uma morena estonteante chamava-o com o dedo indicador. Suas curvas parcamente escondidas atrás daquela mini-saia vermelha e daquele top quase transparente fizeram Orlando suar frio.

Olhava para dentro da igreja e olhava para uma coxa. Olhava para as imagens santas e olhava para um seio. Via o pastor iniciando a missa e olhava novamente para a mini-saia. Imaginou-se ajoelhando perande Deus e pedindo perdão e imaginou a morena de joelhos fazendo-o gemer de prazer. Virou-se e entrou segurando fortemente a bíblia.

Chamou várias vezes o nome de Deus. Os fiéis não souberam porque Orlando faltou no culto daquela noite.

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