segunda-feira, novembro 20, 2006

Oportunidades



Fabiana morava no centro da cidade e trabalha perto de casa. Não acreditava em amor à primeira vista e nem em destino. Solteira e linda, morava com uma amiga em um apartamento bem localizado e trabalhava como gerente de marketing em uma empresa no centro da cidade. Carlos morava na periferia e sonhava com uma bela namorada e futura esposa. Acreditava que o destino um dia lhe traria uma princesa encantada. Trabalhava como garçon em um restaurante em frente à uma grande empresa de marketing, no centro da cidade.

Fabiana tomou seu café na varanda do apartamento naquele dia. Estava muito calor e a vista da cidade lá embaixo esfriava sua cabeça. Frutas, pão integral, mussarela de búfala e suco de laranja. Carlos comeu um pão com manteiga e um copo de café sem açúcar na padaria da esquina. Queria algo bem forte pra ajudar a acordar. Ficou até tarde assitindo o jogo do Brasil com os amigos e estava com sono e um pouco de ressaca.

Fabiana relaxou por alguns minutos na sua banheira de hidromassagem. Acordou cedo e tinha tempo até chegar no serviço. Carlos tomou um banho correndo e saiu apressado para não perder o ônibus que parava à três quarteirões do serviço. Era uma viagem de 40 minutos.

Fabiana desceu do elevador e foi para o serviço. Andou alguns quarteirões e passando de frente ao restaurante da esquina, parou pois o sinal de pedestres estava fechado. Carlos desceu do ônibus e parou em frente à banca do Agenor para ver as últimas notícias. Perguntou as horas e saiu correndo pois estava atrasado. Parou na esquina de uma grande empresa de marketing, em frente ao restaurante onde trabalhava. O sinal de pedestre estava fechado.

O sinal abriu. Carlos e Fabiana vinham em direções opostas. Fabiana viu Carlos de longe e apaixonou-se de imediato. Sentiu um frio no coração. Amor à primeira vista. Coisas do destino. Carlos olhou para baixo para arrumar o cinto no momento em que cruzava com Fabiana. Não olhou para seus olhos. Fabiana chegou a parar e olhou para trás. Carlos seguiu o caminhou alheio àquele momento. O sinal abriu e os carros vieram. Fabiana teve que seguir seu caminho. Não se cruzaram mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

por isso é que eu não uso cinto... beleza de história!